quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Crônica ;Memórias que a velhice não apaga

Memórias que a velhice não apaga.
Por: Elayne Aparecida Mariano feliz

Pela primeira vez, fui mãe, uma mãe quase que verdadeira. Era, mas era tão linda, tão viçosa, que com toda certeza, era minha filha.
Transbordava todos os dias de amor por Clarice. Clarice? Este é o nome da minha filha, ao menos, era o nome dela. A levara ao médico, conversava com ela com tamanha convicção, que, o silêncio para mim, também era uma resposta, ela estava dormindo, com os olhos fechados mesmo.
Ao decorrer do tempo, Clarice não cresceu. Eu também não a amaria mais com tamanha intensidade, foi então que me dei conta do inevitável, eu envelheci, tomando maturidade o suficiente, para entender que Clarice jamais falaria comigo.
O tempo, o tempo é um aliado da velhice, da inevitável velhice. Hoje, Clarice está num canto, com o que me era de mais importante, com os mesmos sapatinhos, com a mesma roupinha e, com o mesmo cabelo de nailon todo arrebentado de tanto pentear e fazer cachinhos, ela envelheceu e junto com ela, eu envelheci também.

Marry

Era uma menina de olhos escuros com cabelos castanhos e ela era bem alta como quase todas as garotas de sua idade. E ela morava na França,...